Uma mestra do bordado chamada Georgina Guimarães

Costureira, bordadeira e artesã é personagem de um dos 12 documentários do projeto Academia Digital, que visa revitalizar a Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste

Da Assessoria

O nome dela é Maria Georgina Rodrigues Guimarães, ou simplesmente Georgina, como ficou conhecida no mundo cultural de Barra do Garças e em suas andanças por aí. Ela é uma das 12 personagens que comporão a série de documentários para o projeto Academia Digital, que integra uma série de atividades de revitalização da Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste, com sede naquela cidade-polo do Leste de Mato Grosso.

Nascida na roça, tendo que trabalhar ainda no início da adolescência, Georgina Guimarães começou a estudar tarde. Foi empregada doméstica e, aos 14 anos, a curiosidade a levou a aprender corte e costura com a ex-patroa, que era uma exímia e famosa costureira. Só veio a estudar quando aportou em Barra do Garças.

Curiosa e inteligente, Georgina começou a estudar com afinco, fez exame de admissão, passando do primário para o ginásio e logo ingressou no curso de Magistério (nível médio), tornando-se professora. Dali foi um pulo para cursar a faculdade de Pedagogia. “Tenho orgulho de encontrar meus alunos hoje que são médicos, advogados, engenheiros, aqui na Barra”, afirma.

Apesar da carreira de professora, Georgina nunca largou a arte da costura e depois se inseriu no mundo do bordado. E chegou até ele, curiosamente, pelas mãos da filha, Jucineide. “Aprendi bordado perfeito com ela e passei a ter um grande prazer de fazer bordado”, conta.

Quando veio a aposentadoria em 2002, Georgina resolveu agregar a seus ofícios mais uma arte: artesanato. “Aprendi a mexer com artesanato, que passou a ser mais um prazer para mim. Alio a costura, o bordado e o artesanato para compor minha arte. Faço com um prazer o artesanato”, diz.

Esta sua arte aparece no documentário, que começou a ser produzido esta semana em Barra do Garças. Além de contar um pouco da sua história de vida e de seus trabalhos, Georgina aparecerá ministrando uma oficina sobre bordados.

O projeto

O projeto Academia Digital objetiva revitalizar as atividades e acervo da Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste. Selecionado pelo Edital MT Criativo da Lei Aldir Blanc em Mato Grosso, o projeto tem oficinas digitais de artes plásticas, escultura, percussão, bordado manual, cultura indígena, artesanato e macramè, literatura e teatro, cartoon e caricatura, produção cultural, vídeo, política cultural e elaboração de projetos, e organização cultural no terceiro setor.

A Academia

A Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste foi fundada em 15 de setembro de 1987, em Barra do Garças. Ela é fruto da união de artistas, intelectuais e incentivadores da arte e da cultura que vislumbraram na instituição a oportunidade para proteger, estimular e difundir o patrimônio cultural de Barra do Garças e de toda a região do Vale do Araguaia, inclusive a parte goiana.

Pessoas com relevantes serviços prestados na área, luminares como Valdon Varjão, Melchíades Mota, Florisvaldo Flores Lopes, Zélia dos Santos Diniz, e muitos outros, se dedicaram diuturnamente, de maneira voluntária e espontânea, a instalar e estruturar a nascente instituição que foi muito bem recebida e acolhida pela comunidade e pela classe política.

Ao longo desses mais de 30 anos de instalação e desenvolvimento a Academia se tornou um importante centro cultural, referência na região e construiu uma sede, na região central de Barra do Garças. Atualmente ela é presidida pelo cantor, compositor e escritor Divino Arbués.

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