Mostra Marisol Kadiegi, de filmes angolanos, festeja o Mês da África

Exibição dos filmes da jornalista e documentarista angolana tem início dia 1º de maio e segue até o dia 10, intercalando rodas de conversa com convidados

 

Por João Negrão, da Editoria

 

A Sala de Cinema Expresso 61, a Embaixada de Angola no Brasil, por meio da sua Casa de Angola na Bahia; o Instituto Federal de Mato Grosso, via seu Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira (Numdi); e o Mutirum Instituto da Cultura, têm a honra de apresentar a produção cinematográfica da jornalista, documentarista e ativista angolana Marisol Kadiegi.

A Mostra Marisol Kadiegi acontecerá de 1º a 10 de maio, em comemoração ao Mês da África, com exibição no site (www.expresso61.com.br), na TV 61 (canal do E61) e nos canais do Youtube e redes sociais das instituições parceiras. Serão exibidos cinco filmes da jornalista e documentarista feitos especialmente para TV Pública de Angola (TPA).

A cada exibição de um filme, no dia seguinte teremos uma roda de conversa entre a cineasta e convidados para debatermos a obra e sua referência com o Brasil, a luta dos povos por sua autodeterminação, suas ricas culturas e movimentos.

Marisol Kadiegi

Marisol Adelaide Correa (Marisol Kadiegi) é jornalista formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), com pós-graduação em “Fotografia como suporte para a imaginação” pela Universidade de Brasília (UnB). Com uma história de vida vencedora do Prêmio “Mulheres Negras Contam sua História”, primeira Edição na categoria redação.

Documentarista, roteirista, produtora de conteúdo televisivo e cinematográfico, repórter atuando ainda na produção de eventos culturais. Transita entre o cinema e a televisão em Angola, sua primeira pátria e no Brasil, nação que escolheu como segunda terra.

De volta a Angola atuou como professora de Arte e Literatura Angolana na UPRA (Universidade Privada de Angola), na Universidade Independente de Angola, como professora de Telejornalismo, assim como das disciplinas Tratamento de Arte e Imagem e Técnicas Jornalísticas. Atualmente é realizadora (licenciada para capacitação) da Televisão Pública de Angola onde atua desde 2007.

Parcerias

Saiba um pouco sobre as entidades parceiras do Expresso 61:

O Centro Cultural Casa de Angola na Bahia, ou simplesmente Casa de Angola na Bahia, é a instituição cultural da Embaixada de Angola no Brasil. Ela tem sede em Salvador e promove ações culturais entre Angola e o Brasil, com fomento de atividades que envolvam artistas angolanos e o intercâmbio com artistas brasileiros.

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira Maria Dimpina Lobo Duarte (Numdi) é composto por docentes, técnicos administrativos e estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, e também por comunidades cujas ações se refiram às temáticas do Núcleo. Seu objetivo principal é desenvolver políticas públicas de ação afirmativa para as populações negras, quilombolas, indígenas, migrante e de fronteira em situação de vulnerabilidade sociorracial.

O Mutirum Instituto da Cultura é uma entidade que se formou a partir de atividades socioculturais desenvolvidas pela comunidade cuiabana residente em Brasília, tendo como espaço a Casa Manga com Leite, como sede inicialmente na Vila Planalto. Atualmente o Mutirum promove a integração cultural, social e econômica de iniciativas no Cerrado brasileiro, em especial na Conexão Cuiabá-Brasília.

Confira a programação

Exibições dos filmes e rodas de conversa:

Dia 1º (sábado)

19 horas

Xinguilamento, a força dos ancestrais

Documentário sobre um ritual do povo axiluanda, habitantes da Ilha de Luanda, bairro da capital de Angola. No xinguilamento, as pessoas são capazes de se comunicar com os espíritos dos seus entes queridos a partir do transe. Uma comunidade ligada com seus antepassados que no dia a dia presta oferendas para viver em harmonia entre a comunidade.

Dia 2 (domingo)

19 horas

Roda de conversa com a cineasta e convidados:

Filipe A. Vidal – Angolano, formado em História e Antropologia, Professor de História das Artes e Antropologia no CEARTE/Luanda, Fundador e Presidente da ANKHGOLA KHEMETIC YOGA- ANKHYO, Autor de vários artigos científicos, comunições, conferências, palestras.

Tatiane de Oliveira – Doutoranda em Estudos de Linguagem, pela UFMT, em Cuiabá, linha de pesquisa: literatura, sociedade e identidades. Mestra em Educação (UFMT), linha de pesquisa: movimentos sociais, política e educação popular. Especialização em Administração Geral e Gestão da Qualidade, Graduação em Secretariado Executivo Bilíngue (Inglês/Espanhol) e Licenciatura em Letras (Português/Inglês). Docente efetiva na área de secretariado executivo e gestão, no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva. Possui experiência como secretária executiva e como docente no curso de Bacharelado em Secretariado Executivo e no ensino médio integrado ao ensino técnico em secretariado, no IFMT. Pesquisa sobre educação das relações raciais brasileiras, identidades negras e brancas; secretariado e gestão.

Maurício Macedo Vieira – Babalorixá, professor doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UFMT – Linha de Pesquisa: Movimentos Sociais, Política e Educação Popular. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (NEPRE/UFMT). Atualmente exerce a função de Coordenador Pedagógico na Rede Estadual de Educação de MT.

Dia 3 (segunda)

19 horas

Valeu

Uma coprodução da documentarista com Asdrúbal Rebelo, que apresenta a trajetória das crianças-soldados para a independência de Angola. Essas crianças-soldados atuaram na guerra de libertação, sobretudo, como municiadoras das armas dos soldados na linha de frente de combates, mas não raro algumas acabavam se envolvendo diretamente em batalhas.

Dia 4 (terça)

Roda de conversa com a cineasta e convidados:

Carla de Fatima Cordeiro – Doutora em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), possui graduação e mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Atualmente é professora EBTT no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso, campus Campo Novo do Parecis. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase na questão racial, atuando principalmente nos seguintes temas: racismo, antirracismo, educação e Pensamento Social brasileiro.

Hernani Ernesto Dias – nascido em Bissau, Guiné-Bissau, graduado Letras/francês pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), como aluno integrante do Programa PEC-G.

Beethoven Andrade – advogado, especialista em Direito Público, Presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal.

 

Dia 5 (quarta)

19 horas

Carnaval – 30 anos de liberdade!

Este filme resgata a história do Carnaval angolano, introduzido no final dos anos 20 do século passado pelos colonizadores portugueses. O evento teve uma fase praticamente ininterrupta até 1960, mas com o início da guerra da independência do país deve várias interrupções até a vitória final da libertação colonial, em 1975. A produção enfatiza o período de 30 anos após a independência de realização do Carnaval angolano.

Dia 6 (quinta)

19 horas

Roda de conversa com a cineasta e convidados:

Benjamin Sabby – Artista visual, curador e gestor cultural. Mestre em Estudos Artísticos/Estudos Museológicos e Curatoriais, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Portugal. Licenciado em Ciências da Educação pelo ISCED, Luanda, Angola. Membro da UNAP – União Nacional de Artistas Plásticos. Foi consultor, curador e jurado em diversas exposições de artes e jurado do Carnaval Infantil de Luanda por vários anos. Como artista tem nove exposições individuais em Angola, Argélia e Macau e participou em mais de 30 exposições coletivas em Angola e no estrangeiro. Assinou a curadoria de 21 exposições individuais e coletivas em Angola, Cuba e Portugal. Trabalhou como professor de Educação Visual e Plástica. É funcionário do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola. Desde 2017 é Adido Cultural Adjunto da Embaixada de Angola no Brasil e Diretor do Centro Cultural Casa de Angola na Bahia.

Emãnuel Luiz Souza e Silva – Graduado em História com Concentração em Patrimônio Cultural pela Universidade Católica do Salvador – UCSAL (2006). Pós-graduado em História Social e Econômica do Brasil pela Faculdade São Bento da Bahia (2009). Mestre em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS (2010) e Doutor em História Moderna Pela Universidade Federal Fluminense – UFF (2018). É pesquisador do Grupo de Pesquisa História da América Portuguesa; Membro associado da ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores Negros) e Membro do NUMDI (Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira Maria Dimpina Lobo Duarte). Atualmente é professor efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), Campus Sorriso. Atua principalmente nos seguintes temas: Brasil colônia; Inquisição; Degredo às galés; História e cultura afro brasileira e indígena e Ensino de História.

Brás Rubson – Graduado em Ciências Sociais (UFMT), cartunista e comunicador. Foi coordenador de comunicação da Funasa (MT), assessor de comunicação da Fundação Uniselva (UFMT) e secretário de Comunicação da prefeitura de Barra do Garças. Sempre trabalhou na imprensa sindical, hoje assessora o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Baixada Cuiabana, o Sindicato dos Comerciários de Barra do Garças e Região e atua na empresa Kuya Comunicação.

Dia 7 (sexta)

Zungueira: A Força que Nunca Cansa

Elas saíram do Uíge, Malange, Benguela, enfim, de todas as Províncias de Angola para, na capital do país, tentarem uma vida melhor, em busca de sonhos: tentar ver seus filhos “doutores”. Castigadas pela guerra, herdaram da mama quitandeira a arte de vender, da palavra “zunga” originária do kimbundo. Ela se tornou andarilha, andante ou vagante, essa dita senhora é a nossa Zungueira, mulher batalhadora que muito antes do sol, levanta-se para tratar da vida e conseguir alimento para seu sustento. Vítima de violências, a mulher Zungueira é exemplo de dignidade.

Dia 8 (sábado)

19 horas

Roda de Conversa com a cineasta e convidados:

Marilane Alves Costa (Lane) – Pedagoga, com especialização em Administração da Educação Pública e mestrado em Educação, na linha de Movimentos Sociais. Toda formação superior realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT. É professora efetiva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso/IFMT, onde também integra o NEABI/NUMDI. É autora do livro “A pequena burguesia negra cuiabana – Um estudo sobre a formação de sua consciência política”. Áreas de interesse: Trabalho-Educação, Educação Profissional, Gestão, Movimentos Sociais, Gênero e Relações Raciais.

Maria de Nazaré Barreto Trindade (Moara) – Graduada em Matemática e Língua Portuguesa. Mestra em Estudos Literários. Doutoranda em Antropologia Social com pesquisa sobre a escrita feminina negra na Amazônia. Amante da poesia. Livro publicado: “Palavras entre rios e ruas: ensaios sobre literatura na Amazônia”. Militante do movimento social.

Neusa Maria (Nelzimar Maria Batista da Costa Ribeiro) – Palestrante, ativista social, escritora e poetisa. Psicóloga clínica, psicanalista, psicóloga social e terapeuta comunitária. Professora de Princípios Éticos e Cidadania. Bacharel em Psicologia, especialista em Saúde Mental, em Educação em Saúde Mental, Neuropsicologa em Desenvolvimento e em Psicanálise Clínica. Formação em Direito Humanos e Cidadania das Pessoas LGBT’s e Identidade de Gênero, em Direitos do Cidadão em Situação de Rua, em Direitos Humanos e Cidadania Direitos Étnicos Raciais e em Direitos Humanos e Cidadania dos Direitos das Mulheres. Foi fundadora de vários projetos de incentivo à leitura, às artes à cidadania. Autora dos livros: A Princesinha Negra, Cordel Diário de Bordo do Projeto Mulheres Inspiradoras, Mundo de Yoshiro e Carolina, entre outros. Membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB-DF.

Dia 9 (domingo)

19 horas

Entre o Rasto e o Rosto na Alma dos Khoisans do Cunene

Documentário mostra a vida dos khoisans, povo nômade de pequena estatura, fraca corpulência, rugosidade da pele, a cor amarelo torrado, ocupam a faixa sul de Angola. Sua língua é caracterizada pelo uso de cliques. Com base alimentar naquilo que é oferecidos pela natureza, embora alguns já aculturados, ainda é possível perceber a essência cultural presente nestas comunidades. Entre o Rosto, pela primeira impressão visual, depois no Rasto por serem nômades e finalmente na Alma pela percepção de seus hábitos e costumes, povo em busca diária de melhores condições de sobrevivência.

Dia 10 (segunda)

17 horas

Roda de conversa com a cineasta e convidados:

Maristela Abadia Guimarães – Doutora e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso. Graduada em Letras e Literaturas de Língua Portuguesa pela mesma Universidade. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Laboratório de Estudos Sobre Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação – LêTECE. Membro filiado à Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros (ABPN). Membro da Coordenação Colegiada do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira – NUMDI/IFMT. Professora do Instituto Federal de Educação de Mato Grosso. Ouvidora IFMT (2017-atual). Áreas de trabalho: Letras e Literatura Brasileira e Afro-brasileira, Educação das Relações Raciais, Migração Haitiana. Metodologia da Pesquisa Científica.

Dani Sanchez –  Assistente social, nascida na Ceilândia, um local popular com grande com grande concentração de pessoas negras. Iniciada no candomblé de Angola-Kongo há sete anos quando recebeu o nome tradicional afro-bantu de Roji Mutaledi com um cargo de autoridade dentro da comunidade onde é uma dikota.  Atualmente é Assessora do Gabinete 24 na câmara Legislativa do Distrito Federal.

Cristóvão Luiz Gonçalves da Silva – Militante negro por cerca de 30 anos, dedicados à preservação e valorização da Cidadania dos afrodescendentes de Cuiabá (MT). Idealizador do MIM (Movimento de Inteligência Negra). É da Cia de Teatro e Dança AYOLUWA. Sócio e fundador da Lavagem das Escadarias do Rosário e São Benedito. Idealizador do Kizomba na Rota da Ancestralidade. Relações públicas da Web KIZOMBA TV. Funcionário público, hoje está diretor do Misc (Museu da Imagem e do Som de Cuiabá).

 

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