Professoras da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) prestaram homenagem a Edna Sampaio (PT) durante durante a aula do curso “Formação antirracista: metodologia e base teórica para a elaboração de projetos”, promovido por ela e pelo Mandato Coletivo pela Vida e por Direitos.
O ato foi organizado pelas professoras Ana Carolina Borges, Divanize Carbonieri, Júlia Café, Ana Maria Marques, Cristina Soares, Suzana Ataíde e Dejenana Campos, e aconteceu durante a terceira aula do curso, que está sendo realizado no Palácio da Instrução.
A atividade integra a programação da 3ª Semana da Consciência Negra e iniciou-se antes da cassação do mandato, tendo continuidade com o apoio do vereador suplente, Robinson Cireia (PT).
As pesquisadoras salientaram a importância da presença da petista na Câmara para a representatividade feminina e negra.
“No momento em que soube da cassação, fiquei imaginando o sentimento dela e que precisava fazer uma acolhida a ela no sentido de mostrar e dizer que continuamos do seu lado, e nos sentimos gratas por sermos representadas por ela. O fato de ser mulher e negra incomoda. Ela é uma mulher de esquerda, posicionada, no meio de uma maioria conservadora, isso torna mais difícil sua voz ser reconhecida e validada. Quando uma voz como a dela é calada, todas nós somos caladas”, disse a professora Ana Maria Marques.
Edna Sampaio destacou a dificuldade de estar neste espaço e que a sua situação revela o racismo estrutural na prática. Para ela, o fato de estar em um cargo público, em situação de visibilidade, permite que a pauta seja discutida, o que não acontece geralmente.
“Não sofro pela cassação do cargo, mas sim com essa sociedade que, apesar de tanto lutarmos, ainda continua tão violenta conosco. Isso escancara para a sociedade que, quando falamos de racismo estrutural, não estamos falando de uma tese, mas daquilo que os corpos negros sofrem todos os dias, mas não ocupam lugar de visibilidade, então não conseguimos enxergar essa violência”, disse.
Segundo ela, o objetivo do curso é formar uma rede de educadores antirracistas, contribuindo para fomentar isso na sociedade, o que é uma necessidade.
“O que está acontecendo comigo na Câmara é a prova inconteste da necessidade de a gente debater essa questão e ter pessoas antirracistas. Quando se é antirracista, não se consegue silenciar diante de uma violência racial. Quem é antirracista se posiciona, combate à violência racial”, disse.
A programação da Semana da Consciência Negra acontece até o final de novembro com sessão solene, feiras, caminhada e outras atividades.
Da Assessoria