Nota de repúdio contra ataques racistas a servidor do Ministério da Saúde

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Distrito Federal (Cojira-DF) vem a público repudiar os ataques racistas e homofóbicos sofridos pelo servidor público Andrey Lemos. Defensor de um Sistema Único de Saúde (SUS) que seja um espaço de escuta e acolhimento de toda a sociedade brasileira, Andrey foi um dos organizadores do encontro do Ministério da Saúde onde uma dançarina de “ballroom” se apresentou.

Apesar do evento ter contado com outros artistas e especialistas em atenção primária, apenas o vídeo da dançarina viralizou e reduziu uma iniciativa importante a um espetáculo “erótico”. A partir da exoneração e identificação de Andrey na imprensa, ele passou a sofrer ataques nos comentários de publicações jornalísticas. Isso mostra como para determinados corpos e concepções o direito à saúde é à vida segue em risco.

Pedimos que as redações estejam atentas à forma como a cobertura pode reforçar uma narrativa racista e trans/lesbo/homofóbica, não apenas em relação a determinadas expressões artísticas como em relação aos servidores públicos federais negros e gays.

Recomendamos, inclusive, que seja evitada a publicação de fotos de Andrey Lemos sem autorização do mesmo. Esperamos ainda que a abordagem sobre o trabalho desenvolvido por ele ao longo de décadas seja ampliada pois disso depende o aprimoramento das políticas públicas de atenção à saúde.

Neste momento, em que está posto o debate sobre candidaturas de mulheres no STF, acreditamos no papel essencial da mídia brasileira em qualificar a discussão sobre o racismo e a homofobia no Brasil, sem ceder a recortes tendenciosos que visam interditar nossas reivindicações.

Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-DF)

One Reply to “Nota de repúdio contra ataques racistas a servidor do Ministério da Saúde”

  1. Foi TERRÍVEL a apresentação. Nada, nada, vai justificar a escolha daquele dançarina. Sim, porque alguém sem competência nenhuma para o cargo público de servidor fez a escolha e pagou com dinheiro público. Não adianta vir com discurso de perseguição, racismo, homofobia, etc, porque não se trata disso. Não cola!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *