A Comunicação não violenta como pedagogia para a Justiça e para a Paz

por Eduardo Lemos, Ana Paula Barbalho e Edla Lula (*) – JBP/DF 

Terá prosseguimento nessa segunda-feira, dia 08/05, às 19h, com previsão de término às 21h,  no Auditório CCB – Centro Cultural de Brasília, localizado no SGAN 601 Módulo “D – Asa Norte, Brasília – DF, mais uma sessão dos Diálogos de Justiça e Paz.

O evento é uma parceria coordenada pelo Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA), a Comissão Justiça e Paz de Brasília (CJP-DF), o Centro Cultural de Brasília (CCB) e a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), e é o resultado de experiências já desenvolvidas pelos parceiros, há anos, notadamente as Conversas de Justiça e Paz, promovidas num programa permanente pela CJP/DF, há mais de sete anos (elas se realizavam também na primeira segunda-feira de cada mês no Auditório Dom José Freire Falcão, da Cúria Metropolitana (Anexo da Catedral de Brasília); e os Diálogos em Construção, uma iniciativa do OLMA; a proposta também se enriquece com o acumulado do projeto Despertar com Justiça e Paz conduzido pela CBJP.

A construção desse novo formato de intercomunicação, seus princípios e intencionalidade, foi exposta aqui neste espaço do Jornal Brasil Popular, na Coluna de Justiça e Paz, mantida em parceria do Jornal e da CJP/DF, conforme Diálogos de Justiça e Paz, texto de Eduardo X. Lemos e Ana Paula D. Inglêz Barbalho – Jornal Brasil Popular/DF em 21 de março de 2023 (https://www.brasilpopular.com/dialogos-de-justica-e-paz/). Cumpre informar que os Diálogos dessa segunda-feira, evento presencial, terá transmissão simultânea pelo Youtube da Comissão de Justiça e Paz de Brasília @cjpbrasilia.

O programa, cabe dizer, se inspira na mensagem do Papa Francisco para o LVII Dia Mundial das Comunicações Sociais (21 de maio de 2023) – “Falar com o coração. ‘Testemunhando a verdade no amor’ (Ef 4, 15)”

Em sua mensagem para o Dia mundial das Comunicações Sociais de 2023, o Papa Francisco afirma que “num período da história marcado por polarizações e oposições – de que, infelizmente, nem a comunidade eclesial está imune – o empenho em prol duma comunicação ‘de coração e braços abertos’ não diz respeito exclusivamente aos agentes da informação, mas é responsabilidade de cada um. Todos somos chamados a procurar a verdade e a dizê-la, fazendo-o com amor”.

O Papa sinaliza para uma comunicação que seja ao mesmo educadora e que se preste a “desarmar os ânimos promovendo uma linguagem de paz”.

Estimulados por esta mensagem, o “Diálogos de Justiça e Paz” de maio proporá com o tema escolhido, buscar uma comunicação que promova a Justiça e a Paz, que seja diálogo e não monopolização de verdades.

Por um lado, procurará, na condução do diálogo com os participantes, proporcionar uma análise da realidade da comunicação que domina, hoje, especialmente as redes sociais, eivada de uma cultura de ódio e violência, e suas graves consequências. Por outro, alternativas e métodos para cultivar valores de sensibilidade cordial, conforme a orientação do Papa Francisco.

Certamente o debate que se travará e a análise que vai ser desenvolvida, vão incidir num dos temas mais interpelantes da agenda política nesse momento, no Brasil. Como se sabe, foi adiada na Câmara dos Deputados a votação do Projeto de Lei (PL) 2630, conhecido como PL das Fake News. O adiamento foi feito a pedido do relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Há muito desacordo, muita contraposição de interesses e muita resistência ao projeto, neste caso, especialmente entre parlamentares da extrema direita, membros da bancada evangélica e de alguns grupos e partidos.

Também é bom lembrar que essa discussão tem envolvido todos os poderes da República, segmentos da sociedade civil e grupos empresariais. Sobre o tema o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou em março uma audiência pública para debater duas ações que discutem a moderação de conteúdo e a responsabilidade das plataformas em relação ao que é postado por usuários, num encontro de intensos debates. Nessa audiência, uma voz quase isolada mas muito contundente foi a da Assessora Especial do Gabinete da Ministra Aparecida Gonçalves, a advogada e doutora em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília, Ísis Táboas.

“A misoginia dá lucro”, foram suas palavras marcantes de denúncia, certamente representando posição do Ministério das Mulheres, em seu depoimento https://www.instagram.com/reel/CqZGnlgAkFV/?igshid=MDJmNzVkMjY=.

Para os Diálogos de segunda-feira, dia 8/5 foram convidados: Venício Artur de Lima, Professor Emérito da Faculdade de Comunicação da UnB; ele é graduado em Ciências Sociais/Sociologia pela UFMG (1969), e possui mestrado (1974), doutorado (1979) e pós-doutorado (1988) em Communications pela Universityof Illinois at Urbana-Champaign. É também especialista em História do Cristianismo Antigo pela UnB (2009). Vanildes Gonçalves, historiadora, professora da Universidade Católica de Brasília; membro do Grupo de Pesquisa Juventude, Educação e Sociedade (Cátedra UNESCO), da UCB. Pesquisadora na área de Comunicação Não Violenta, Mediação de Conflitos e Cultura de Paz. A moderação ficará a cargo do Padre Miguel Martins Filho, Superior dos Jesuítas e Diretor do Centro Cultural de Brasília.

(*) Por  Eduardo Xavier Lemos, presidente da Comissão Justiça e Paz de Brasília; Ana Paula Daltoé Inglêz Barbalho, vice-presidente da Comissão Justiça e Paz de Brasília; Edla Lula , membra da Comissão Justiça e Paz de Brasília.

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