Edna nega ilegalidade sobre cessão e aponta perseguição

A vereadora Edna Sampaio (PT) reafirmou, nesta quinta-feira (16), que não houve ilegalidade nem imoralidade no pedido de cessão do servidor da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Willian César Sampaio, para os quadros da Câmara Municipal de Cuiabá.

Em nota divulgada à imprensa nesta quinta-feira, Willian, que é esposo da vereadora, informou que o pedido foi suspenso pelo fato de o PT ter feito sua indicação para assumir um cargo de direção no Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos. Ele também é ex-presidente estadual do Partido dos Trabalhadores.

“Não há nenhuma ilegalidade, nenhuma imoralidade, nenhum problema com isso. Eu convido até o vereador que conheça a carreira de gestor governamental. Você vai se surpreender com a qualidade dessa carreira e com a quantidade de pessoas qualificadas para fazer um trabalho, inclusive nos parlamentos desse estado, como já teve vários casos assim”, disse.

Ela ressaltou a importância da carreira de gestor governamental, exercida por William Sampaio e o fato de haver gestores governamentais atuando nos parlamentos, e salientou o fato de ele ter ingressado na carreira via concurso público, fazendo jus ao salário recebido.

Ela lembrou que, assim como o esposo, também é gestora governamental concursada, sendo ainda concursada junto à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e que é justamente essa independência financeira que lhes permite a autonomia política, já que não têm a atividade política como meio de sobrevivência.

“Sempre falei para aqueles que trabalham comigo: não façam política por dinheiro, porque quem faz política dependendo do salário da política, não faz política para o povo, mas sim para sobreviver. Tenho muito orgulho de não precisar fazer política para sobreviver, nem eu nem meu marido. Temos compromisso com o povo”, pontuou.

A parlamentar também pontuou o aspecto racial da pressão e dos ataques que tem sofrido e com a exposição e o questionamento sobre seu salário e lamentou que seu comportamento choque a moral de parte da sociedade, de parte da mídia de vereadores cujo currículo traz diversas irregularidades.
Ela reafirmou que, como mulher negra, está acostumada a ataques e não se abalará.

“Somos dois pretos, um casal de gente preta que conseguiu o sucesso que muita gente branca não consegue, gente que precisa do mandato para poder sobreviver ou ter um salário de R$18 mil”, disse.

“Fico imaginando se fosse a vereadora Edna, que precisasse entregar a ‘sacolão’ pra ganhar voto, se fosse a vereadora Edna que precisasse indicar mais de duzentas pessoas na administração pública para poder manter seu mandato, se fosse a vereadora Edna que precisasse, para se manter base, dos benefícios do Poder Executivo e do silenciamento. Fico imaginando qual é o crime que seria imputado à vereadora Edna se ela fizesse tudo isso”.

Edna ressaltou ainda que manterá sua posição de oposicionista ao prefeito Emanuel Pinheiro e ao governador Mauro Mendes e cobrou o andamento do requerimento de instauração de Comissão de Investigação e Processante contra o prefeito, que foi reapresentado por ela, nesta segunda (13), com a assinatura presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores, Elisvaldo da Silva Almeida, e do suplente de vereador, Germânio de Araújo.

“De novo e a cada momento, temos novos episódios que demonstram bem aquilo que nós sustentamos no nosso requerimento, de que o prefeito de Cuiabá faz a administração pública fora da lei, à margem da lei, interditando essa Casa. Que não está sensível, tanto quanto o governador não está, para as mazelas e a crueldade que tem sido produzidas no município”, disse.

Ela voltou a defender a autonomia da Câmara e a pediu uma reação dos colegas na defesa de suas prerrogativas, que estão retiradas pelo executivo municipal ao deixar de cumprir leis aprovadas pela Câmara e de executar recursos destinados via emendas parlamentares.

“Se não reagirmos àquilo que foi subtraído dessa Casa, que é sua prerrogativa (a obrigação de legislar, de fazer leis, de fiscalizar dificultada pela falta de transparência da administração pública municipal) ficaremos aqui falando do retalho, das coisas pontuais. Precisamos recuperar a capacidade desta Casa de cumprir o seu papel constitucional”, afirmou.

Da Assessoria

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