Cineasta mato-grossense e Gisela Barradas, da Latitude, produtora Executiva do filme, conversam conosco nesta quarta, 15, às 19h30. Fazer cinema em Mato Grosso também figura em nossa pauta
Por Albízzia Lebbeck, com Assessoria
“A Favela Sangra, a Amazônia Arde” é o nome do mais novo filme do cineasta mato-grossense Luiz Borges. O veterano realizador, autor de outros longas e curtas sobre o cotidiano de Cuiabá e Mato Grosso, traz duas histórias em uma mesma película.
O diretor e roteirista de “A Favela Sangra, a Amazônia Arde” e a produtora executiva do filme, Gisela Barradas, vão conversar com as jornalistas Keka Werneck e João Negrão, na TV 61 nesta quarta-feira, 15, às 19h30 (horário de MT).
Além da obra, na nossa pauta figurará a vida e a carreira de Luiz Borges e o fazer cinema em Mato Grosso. “Fazer hoje um filme neste Estado é um ato de resistência e exige uma grande cooperação”, afirma o cineasta.
A entrevista será ao vivo pela TV 61, canal no Youtube do portal Expresso 61, pela página no Facebook e incorporada posteriormente em áudio à Rádio Expresso 61 (www.radioexpresso61.com.br).
O filme
Neste novo filme o cineasta persegue o tema dos impactos da pandemia da covid-19 iniciada com o curta metragem “Angelus Novus na Boca da Noite Anuncia a Derrocada do Anticristo”, realizado no ano passado e que teve a sua estreia em março deste mesmo ano no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros.
Agora, o cineasta que também assina o roteiro, retorna ao mesmo tema, a pandemia, desta vez a partir do impacto dessa pandemia nas comunidades urbanas periféricas e nas etnias indígenas, os Xavantes.
Em “A Favela Sangra”, Jamal (Fagner Benedito ) é um adolescente negro que se prepara para o Enem. Ele se vê forçada a pedir dinheiro ao irmão, Juca Malucão (Ronaldo José), chefe do narcotráfico na comunidade, para comprar os medicamentos necessários para recuperação de sua mãe, Josefina, interpretado por Day Brasil.
Numa entrega de cestas básicas para esta comunidade comandada por Mauro (Julio Carcará), policiais corruptos (Marcio Borges e outros) fazem uma operação que resulta na morte de civis.
Neste episódio, fazem uma participação especial a atriz mirim Ivy Costa Felix e Justino Astrevo.
No “Amazônia Arde”, uma parteira vivida pela atriz Fernanda Marimon realiza um parto sem sucesso de uma índia jovem com covid. A doença ceifa a vida de quase toda a sua aldeia.
Aproveitando-se da tragédia que se abateu sobre seus vizinhos, André (Rodrigo Nelman), um latifundiário, autoriza um ataque de seus jagunços e garimpeiros para se apropriar das terras indígenas.
O roteiro foi escrito há três anos atrás e, apesar de se tratar de uma ficção, foi inspirado na realidade a partir das notícias referentes à Covid.
As filmagens que ocorrem de 09 a 13 de março do corrente mês são resultado do projeto contemplado pelo edital de audiovisual da Secel-MT de 2022 e reúne uma equipe de cerca de 50 profissionais, técnicos, atores, deste Estado e mais de 40 empregos diretos estão sendo gerado.
Para o diretor, “fazer hoje um filme neste Estado é um ato de resistência e exige uma grande cooperação. Para se ter uma ideia, o orçamento desse filme aprovado no edital é idêntico ao orçamento da ‘Cilada com 5 Morenos’ que fizemos há 21 anos atrás. Este filme lhe rendeu o prêmio de Melhor Filme no 4º Brasilian Film Festival of Miame e se tornou um clássico do cinema mato-grossense, segundo Borges.
Realizado através de um baixo orçamento, importantes parcerias institucionais foram urdidas, tais como a Prefeitura de Cuiabá, através da Secretaria de Cultura; e o cineclube Coxiponés da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Para Duflair Barradas, a produção do filme, após a filmagem, viabiliza novas parcerias para garantir os serviços necessários à sua pós-produção, tais como o lançamento e a legendagem em inglês. Isso para que o audiovisual no Estado possa ser visto no mundo e principalmente que o investimento dê retorno ao público mato-grossense.
Assinam a produção executiva do filme a experiente Gisela Barradas e Rafaela Lerer e Duflair Barradas, que também é o produtor. Angusto Krebs é o diretor de som; a produção é de Ana Maria Araújo; a direção de Arte é de Laís Wrzesinski Ribeiro e Bia Lobo é a Assistente de Direção.
Para finalizar, Borges se diz satisfeito. “Estou muito feliz de, apesar das perdas e das grandes transformações na vida a partir da pandemia, temos agora material suficiente para montar um longa-metragem ou uma série, a partir dos mencionados filmes. Assim podemos levar a nossa visão sobre os temas abordados para entretenimento e reflexão no país e no mundo”.