Mônica Lobo: “Nunca a minha arte foi do cotidiano, sempre foi do deslocamento”

Artista plástica e sua arte são personagens do primeiro vídeo a ser produzido dentro do projeto Academia Digital

Da Assessoria

A artista plástica Mônica Lobo é uma das personagens dos 12 vídeos que comporão o acervo da Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste. A produção dos documentários, que fazem parte do projeto Academia Digital, teve início no último sábado (15), na cidade de Barra do Garças, sede da instituição.

Mônica Lobo mora na cidade-polo da região Leste de Mato Grosso há mais de 40 anos, quando veio para cá junto com seu marido, Dionísio Carlos, em busca do misticismo e da espiritualidade da Serra Roncador. Sair do Rio de Janeiro em meio ao amainar da efervescência cultural e política da antiga capital da República trouxe para ela uma paz necessária em momento de imersão.

“Nunca a minha arte foi do cotidiano, sempre foi do deslocamento”, disse ela durante entrevista para o documentário. Quem se depara com uma Mônica Lobo suave e delicada não sabe que na sua alma de artista está um turbilhão de coisas acontecendo, numa inquietude que tentou a levar ao atavismo.

A vontade do retorno à terra natal, às suas origens de vida e artista, à convivência com a irmã, Patrícia Lobo, com a qual iniciou seu ofício e se projetou nos meios culturais do Rio de Janeiro, logo foi suplantada pelo desejo do desafio de prospectar o novo lugar. E foi a partir daí que se jogou de vez no universo mágico daquele lugar encravado entre um rio e montanhas.

Montanhas, aliás, que a recorda muito o seu Rio de Janeiro. Um rio, que apesar de icônico para todas as referências do território, não lhe cativam as praias. “As montanhas, sim. Elas me remetem ao Rio de Janeiro, pois lá vivi numa delas, em Santa Teresa. Aqui eu prefiro as cachoeiras”, decreta. Cachoeiras, diga-se de passagem, que nascem nas montanhas, mais exatamente numa delas, a Serra Azul, que literalmente beira a sua casa do bairro BNH.

No documentário, Mônica Lobo, após discorrer sobre a sua vida e carreira, nos ensina sobre as técnicas que emprega para produzir suas obras. Todo o processo das quatro técnicas, ela relatou de forma didática, possibilitando uma introdução no aprendizado de seu trabalho.

O projeto

O projeto Academia Digital objetiva revitalizar as atividades e acervo da Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste. Selecionado pelo Edital MT Criativo da Lei Aldir Blanc em Mato Grosso, o projeto tem oficinas digitais de artes plásticas, escultura, percussão, bordado manual, cultura indígena, artesanato e macramè, literatura e teatro, cartoon e caricatura, produção cultural, vídeo, política cultural e elaboração de projetos, e organização cultural no terceiro setor.

A Academia

A Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste foi fundada em 15 de setembro de 1987, em Barra do Garças. Ela é fruto da união de artistas, intelectuais e incentivadores da arte e da cultura que vislumbraram na instituição a oportunidade para proteger, estimular e difundir o patrimônio cultural de Barra do Garças e de toda a região do Vale do Araguaia, inclusive a parte goiana.

Pessoas com relevantes serviços prestados na área, luminares como Valdon Varjão, Melchíades Mota, Florisvaldo Flores Lopes, Zélia dos Santos Diniz, e muitos outros, se dedicaram diuturnamente, de maneira voluntária e espontânea, a instalar e estruturar a nascente instituição que foi muito bem recebida e acolhida pela comunidade e pela classe política.

Ao longo desses mais de 30 anos de instalação e desenvolvimento a Academia se tornou um importante centro cultural, referência na região e construiu uma sede, na região central de Barra do Garças. Atualmente ela é presidida pelo cantor, compositor e escritor Divino Arbués.

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