Oito de Março: o Dia da Mulher e a luta por diretos                                

Por Letícia Valadares, da Redação

 

Hoje, dia 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data usada para celebrar a importância das conquistas sociais femininas e reforçar a importância da igualdade de gênero.  A luta feminina abrange todas elas e cada conquista beneficia mulheres de todas as idades. Aqui no Brasil, temos vários exemplos de mulheres que lutam dia após dia pelo seu espaço.

A origem desse dia te duas versões. Para alguns a data surgiu devida a uma greve das mulheres que trabalhavam em uma fábrica de confecções de camisetas de Nova York chamada “Triangle Shirtwaist Company” em 1908. Elas produziam por 14 horas diárias e recebiam de 6 a 10 dólares apenas. O objetivo da greve era por melhores condições de trabalho e igualdade de salário, já que os homens recebiam bem mais. No curso da greve, em 25 de março de 1911, um incêndio aconteceu na fábrica, deixando 125 mulheres mortas.

Também é apontado como origem da data, os movimentos de mulheres operárias ocorrido na Rússia que realizaram diversas manifestações durante a Revolução Russa, em 1917. Em 8 de março deste mesmo ano, 90 mil operárias saíram as ruas reivindicando melhores condições de trabalho, este dia também ficou conhecido como o dia de “Pão e Paz”, já que elas também lutavam contra a fome e a Primeira Guerra Mundial.

A data 8 de março foi intitulada como o Dia Internacional da Mulher pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975. Desde então esse dia é usado para que as mulheres sejam cortejadas com declarações, presentes, flores e mensagens como uma forma de agradecimento pelo seu papel na sociedade.

Mas não só de flores e palavras bonitas vive uma mulher, o que nós ainda precisamos hoje é de igualdade de direitos entre os gêneros. De acordo com os dados do relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF) de 2019, entre 153 países, o Brasil ocupa a posição 130° na igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função. Além disso, apenas 20% das empresas possuem mulheres em cargos grandes mesmo que elas representem mais da metade do mercado de trabalho, somando 45,09 milhões, os homens correspondem a 55,08 milhões.

Mulheres guerreiras e com garra existem em todo mundo. Aqui no Brasil, o melhor exemplo que podemos ter é aquela clássica história da mulher que sai do interior para buscar novas oportunidades nas capitais pelo país. Parece clichê, mas ela se repete por todo o Brasil e tem pontos parecidos mesmo contada por várias mulheres diferentes.

Jacy Pereira Valadares, de 59 anos é uma dessas mulheres. Nascida no interior do Tocantins, ela veio para Brasília aos 18 anos em busca de uma vida melhor pois sua família não tinha muitas condições e vivia apenas do que plantava. Ao chegar no Distrito Federal, trabalhou como empregada doméstica para diversas famílias, já que não conseguiu terminar os seus estudos, devido as oportunidades que teve ao longo da vida.

“Quando eu cheguei em Brasília eu queria trabalhar e estudar. Mas trabalhar era mais importante, porque eu pensava muito em ajudar os meus pais que moravam no interior do Tocantins. Aí eu arrumava trabalho e naquela época era muito fácil. Então eu não queria assinar minha carteira, já que a cada 6 meses eu queria visitar os meus pais, e quando eu via que não estava dando certo, eu mesma pedia demissão, porque eu não aguentava. Depois eu voltei a estudar, terminei o Ensino Médio, mas não fiz faculdade, tenho ainda o sonho de fazer, não sei se um dia vai dar certo, quem sabe, né?”, disse.

Perguntada sobre a importância da mulher, Jacy acha que elas são essenciais. “Mulher é tudo! É guerreira, sofredora, companheira, mãe, esposa. Mulher é uma dádiva de Deus mesmo, porque sem elas como que os filhos fariam, né? Como que teriam outros seres no mundo? Seria impossível. Então, mulher é padecer no paraíso, é tudo de bom! Parabéns para nós mulheres!”.

Para ela o Dia da Mulher é importante para reivindicar nossos direitos. “O Dia da mulher é importante porque queremos direitos iguais, porque antes a mulher era só vista para trabalhar e criar filhos, hoje em dia não, a mulher pode trabalhar fora, pode montar seu próprio negócio , pode ser chefe de empresas, o que antes eram cargos só para homens”, finaliza.

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