O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou a invasão de ontem ao Capitólio como um ataque terrorista doméstico. Em um discurso duro, ele não poupou críticas ao presidente norte-americano, afirmando que ninguém está acima da lei no país. Ao mesmo tempo, a liderança do Partido Democrata trabalha para a remoção de Donald Trump do cargo, considerando um processo de impeachment.
A invasão de ontem ao Capitólio aconteceu depois que Trump realizou um comício no qual pediu que seus apoiadores fossem ao local contestar o resultado da eleição. No momento, o Congresso estava reunido para certificar a vitória de Biden no pleito.
“O ataque ao Capitólio foi um ataque coordenado ao judiciário, mas o judiciário fez seu trabalho nas eleições e manteve a integridade das nossas instituições. As instituições democráticas ganharam ainda mais importância com o evento de ontem, já que Trump tentou calar a voz das urnas, que me escolheu como presidente”, afirmou Biden.
O presidente eleito dos Estados Unidos disse ainda que nenhum homem está acima das leis norte-americanas. “Os Estados Unidos são governados por leis e não por apenas um homem. Nenhum presidente é rei neste país. Temos três poderes equivalentes”, afirmou ele, referindo-se à Casa Branca, ao Congresso e ao Judiciário.
REMOÇÃO DE TRUMP
A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, defendeu a remoção do presidente norte-americano, Donald Trump, do cargo via 25a emenda após a invasão de ontem ao Capitólio. Caso isso não aconteça, ela não descartou um processo de impeachment via Congresso.
“Eu espero que o vice-presidente Mike Pence convoque a 25a emenda para a remoção do presidente Trump”, disse ela em coletiva de imprensa. “Sem a remoção, o Congresso deve estar preparado para levar adiante um processo de impeachment”, acrescentou.
A 25a emenda considera que o vice-presidente dos Estados Unidos pode se tornar presidente interino se ele e a maioria do gabinete declarar que o presidente não pode mais exercer o cargo.
Trump poderia contestar a decisão com uma carta ao Congresso. Pence e o gabinete teriam, então, quatro dias para argumentar. Na sequência, o Congresso votaria o apoio à retirada do presidente: para aprová-la, seria necessária uma maioria absoluta de dois terços, geralmente 67 senadores e 290 deputados para a remoção permanente.
“Não tenho palavras descrever o que aconteceu ontem neste país”, disse Pelosi, mencionando que os eventos lembravam “uma república das bananas”.