Por A Resistência
Os funcionários do Banco do Brasil fizeram um ato no dia 23 desse mês, denominado “O dia Nacional de Luta” contra a reestruturação e privatização. O Banco do Brasil é uma instituição financeira que existe há mais de 200 anos. Foi criada em 12 de outubro de 1808, por d. João VI que, ao chegar ao Brasil, determinou a criação de um banco no país. O primeiro Banco do Brasil, liquidado em 1829, faliu depois que a Família Real portuguesa confiscou todo o fundo para voltar a Portugal. O segundo Banco do Brasil foi criado em 1851 e persiste até os dias atuais, como instituição financeira com capital público e privado.
O governo bolsonarista objetiva privatizar o Banco do Brasil, com discurso de reduzir o tamanho do Estado, alegando que isto auxiliará a economia, abrindo postos de trabalho e melhorando a vida da população. Ocorre que a privatização do Banco do Brasil significa a venda do patrimônio público para um grupo particular, passando a ser uma instituição privada. Que benefício traz para os brasileiros e para a política do Brasil?
Entre as consequências da privatização do banco, podemos citar o aumento do desemprego, pois seus funcionários serão demitidos e serão ignorados o tempo de serviço no banco, a idade, a responsabilidade que estes funcionários possuem com suas famílias. Além disso, no governo não considera a escassez do mercado de trabalho para readaptar e receber tais trabalhadores, principalmente em tempos de pandemia provocada pelo coronavírus, que está longe de terminar.
Os usuários dos serviços bancários arcarão com tarifas bancárias mais altas, a redução das agências do Banco do Brasil em cada cidade, o número reduzido de funcionários, com o aumento de espera no atendimento de sua clientela. O atendimento aos clientes com direito a atendimento prioritário acabará não ocorrendo, porque com o número baixo de funcionários, estes clientes esperarão tanto quanto a clientela normal.
O Banco do Brasil tem, atualmente, 15.133 postos no Brasil e está presente em mais de 20 países, com mais de 109.191 funcionários, além de cerca de 4.066 estagiários. Tem como missão ser um banco de mercado competitivo e rentável, atuando com espírito público em cada uma de suas ações junto a sociedade. A privatização do Banco do Brasil irá interferir e alterar essa missão, e o interesse que prevalecerá será o do capital, do lucro e da exploração da força do trabalho
Não podemos ignorar que essa privatização está ligada ao liberalismo econômico, que prevalece hoje na política brasileira, em que seus defensores não estão comprometidos com o social e com as necessidades básicas do trabalhador. Defendem um Estado mínimo, onde o governo não se importa com o coletivo. Vale ressaltar, no entanto, que este posicionamento está contrário à Constituição Federal de 1988, uma vez que esta normatiza a interferência estatal nas atividades econômicas, em prol da coletividade e em observância à função social do Estado.
Sabemos que a força de trabalho está concentrada nas mãos da população economicamente ativa, responsável pela engrenagem econômica do país. À medida que as privatizações forem dominando o mercado de trabalho, menos direitos terão os trabalhadores. Dessa forma, é necessário, neste momento, que essa força se una e se faça ouvir. Temos que nos opor aos eleitos que derrubam os direitos da força trabalhadora e que provocam o aumento de desempregos, e lembra-los que aqueles que provocam a fome e o aumento da miséria estarão sujeitos a cair no esquecimento.
“Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, inversamente, o seu ser social que determina a sua consciência.” (Karl Marx)
* A Resistência é um coletivo de ativistas sociais.
Com certeza está nas mãos do trabalhador a força para executar qualquer serviço seja qual for inclusive os bancários e outras classes, mas.nos últimos anos isso não vem ocorrendo devido os atos impensados dos políticos que não olhado para a classe operária. Lamentamos todos nós brasileiros etc…