Programa “Movimento” entrevista Mariah Freitas Monteiro, mestre e doutoranda em História , nesta quarta (28), às 18h30 (horário de Brasília), ao vivo, pela TV 61
Por João Orozimbo Negrão
No final da década de 70 e início dos anos 80 a juventude goiana saiu às ruas para combater a ditadura militar. Eram os estudantes secundaristas e universitários, a maioria militantes de partidos e correntes políticas de esquerda. Embora o regime militar implantado quase 20 anos antes vivia seus estertores, a repressão ainda era violenta e atingiu esses jovens, que eram vigiados dia e noite pelos agentes da repressão.
A distensão política iniciada no governo do general Ernesto Geisel (1975-1979), seguida da anistia e o avanço da abertura com o general João Figueiredo (1979-1985) não impediu que o aparato de espionagem agisse contra os militantes do ME (movimento estudantil). Os arapongas atuavam nos organismos de espionagem das polícias estaduais, da Polícia Federal e das Forças Armadas, centralizados no SNI (Serviço Nacional de Informações).
A espionagem contra os estudantes goianos incluía um sofisticado esquema de infiltração de agentes no ME e até nas relações pessoais dos militantes, o que empreendeu casos curiosos. Um deles foi a presença de um agente no casamento de uma líder estudantil, militante do Partido Comunista do Brasil (PC do B). O dossiê dessa “missão” revela até detalhes íntimos da cerimônia e a saída dos nubentes para a viagem de núpcias. Em outro documento aparece detalhes, com nomes, números de documentos e placas de carros dos presentes a um churrasco de militantes e simpatizantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Todas as documentações sobre o período estão no SIAN (Sistema de Informações do Arquivo Nacional) e foram acessadas pela historiadora, mestre e doutoranda Mariah Freitas Monteiro. Filha de militantes daquele período, ela tem sido uma curiosa pesquisadora sobre o tema que envolve o regime militar de 1964.
Mariah será a nossa entrevistada do programa “Movimento”, da TV 61, canal no Youtube do portal Expresso 61 (www.expresso61.com.br), editados pelo jornalista João Orozimbo Negrão. O tema do programa que vai ao ar, ao vivo, àas 18h30, nesta quarta-feira (28.08): “Histórias da ditadura militar: o SNI, o Movimento Estudantil em Goiás, eventos familiares e empresariais”.
Participará também como entrevistadora a professora Angela Esteu Café, feminista, antirracista, ativista dos movimentos negro e defesa aos cultos de religiões afro-brasileiras e LGBTQIA+. Angela Café, na condição de presidente do Centro Acadêmico de Pedagogia da PUC de Goiás no início dos anos 80, também foi alvo da espionagem do SNI.
Saiba mais sobre nossa entrevistada:
Mariah Freitas Monteiro concluiu a licenciatura (2015) e o mestrado (2018) em História pela Universidade Federal de Goiás, no Brasil. Durante esse período, recebeu bolsas de estudo da CAPES e do CNPq, que incluíram programas como Introdução à Pesquisa Científica, Docência e Mestrado. Em 2013, realizou um intercâmbio de 11 meses na Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, instituição a qual voltou a vincular-se em outubro de 2019, para cursar o doutorado pela Faculdade de História e Ciências Sociais, sob a orientação do Prof. Dr. Thomas Fischer. Sua pesquisa doutoral aborda o crescimento da indústria de agrotóxicos no Brasil durante a década de 1970, com foco no papel do governo brasileiro e da empresa Bayer nesse processo. O projeto já recebeu financiamento do programa de doutorado da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, apoiado pelo Governo do Estado da Baviera. Desde março de 2024, Mariah também desempenha o cargo de assistente de pesquisa na mesma universidade, onde ministra cursos na área de História da América Latina no ensino superior desde 2020.
Parabéns Mariáh, pelo registro dos ricos fatos históricos promovidos pela juventude estudantil, em combate ao pavoroso, ilegal, golpista, violento regime militar
Fiquei emocionada com o trabalho de pesquisa da Mariah, uma jovem querida, destemida, de olhar progressista, e filha da querida amiga Giselle e do amigo Adalberto, com os quais convivemos tb nas lutas estudantis e democráticas da década de 80, através da Viração. Que alegria ouvi-la e Parabéns aos colaboradores com a entrevista, trazendo à tona a importância da participação da juventude contra a Ditadura de 64.
Muito boa. Vou me inscrever no canal Expresso61.