Edna apoia movimento por mulher negra no STF

A vereadora Edna Sampaio (PT) protocolou na Câmara uma moção de apoio à indicação de uma mulher negra à vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.

“Que o governo Lula que possa indicar para o STF, na vaga do Lewandowski, que vai se aposentar, uma mulher negra para ocupar aquele espaço, pois são 132 anos de história e nunca uma mulher negra compôs aquele espaço”, disse a vereadora.

“As mulheres não podem ocupar os espaços da política e serem violentadas. Somos a minoria absoluta e é preciso que os homens tenham decência, colaborem com a participação e com a ocupação das mulheres nos espaços de poder, sem desrespeitá-las”, disse a vereadora.

“Este é um momento importante para iniciar as mudanças na histórica injustiça contra a maioria de nosso povo. E, no momento em que a mais alta corte abrirá uma vaga de ministro, a Câmara Municipal de Cuiabá manifesta apoio para que o Presidente Lula indique uma mulher preta à vaga”, diz o documento.

Visita

Edna Sampaio recebeu a visita da juíza da 2ª Vara do Trabalho de Tangará da Serra, Claudirene Andrade, que íntegra o Movimento Nacional pela causa da Mulher Negra no STF.

A campanha para que o presidente Lula faça essa indicação tem ganhado força em âmbito nacional, com reconhecimento pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e pelo Grupo Prerrogativas, além do apoio dos ministros Silvio Almeida e Anielle Franco.

A juíza compartilhou sua difícil trajetória ao atuar em uma das mais difíceis áreas do direito e ressaltou a representatividade.

“A importância é sobretudo o que isso representa para outras mulheres negras em sonhar com o espaço de poder, e auxiliar a preencher esse vazio que temos na história brasileira, uma dívida que temos com o povo escravizado. Parece que é uma luta que fortalece esse ideal, que é constitucional no sentido de uma sociedade mais igualitária”, disse ela.

A juíza comentou sobre a discrepância que representa o fato de não ter havido juízas negras no STF.

Ela defendeu que a escolha também deveria levar em conta que fosse uma juíza trabalhista, pois essa é, segundo ela, uma área que conhece mais a realidade da população pobre e negra, que normalmente recorre a essa defesa.

“Essa representatividade é importante para o povo negro e para a sociedade brasileira enquanto uma sociedade democrática e participativa”, complementou.

Da Assessoria

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