Foto: RGB
A série Mulheres da Governança recebeu na noite da última segunda-feira (04.10) a consultora de compliance, voluntária em iniciativas de promoção de integridade e presidente do Conselho de Ética da Rede Governança Brasil (RGB), Roberta Codignoto. A mediação ficou por conta da Assessora Especial da Advocacia-Geral da União (AGU) e associada benemérita da RGB, Vládia Pompeu, e o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário. O episódio está disponível no canal do Youtube da RGB.
Em um bate-papo descontraído, Codignoto relatou a sua trajetória de vida e apresentou análises sobre os assuntos da integridade e compliance, processos de mudanças nas instituições e avanços nos setores público e privado.
Aos 14 anos, a advogada iniciou no mercado de trabalho como jovem aprendiz na prefeitura da cidade onde morava. “O setor público já estava muito cedo presente na minha vida, ali começou uma afinidade muito grande com as questões que eu já acompanhava, e principalmente, o apego pelos temas de integridade”, disse.
Codignoto relatou ainda que um dos desafios do início da carreira de advogada foi pensar no direito na forma de prevenção, e não em situações de conflitos. “Mal sabia eu que pensava em mecanismos de compliance”, lembrou.
Durante o encontro virtual, a advogada foi questionada pela mediadora Vládia Pompeu sobre a diferença entre compliance e integridade, pois muitas pessoas ainda confundem os dois temas.
“Quando nós pensamos na visão do compliance, da conformidade, é lógico que vai ter mecanismos que me deixam conforme leis e processos, regras normativas internas, mas sem que isso seja algo para além de cumprir determinados requisitos. Quando eu falo em integridade todos os mecanismos de atuação daquele CNPJ, daquela organização, eles vão numa direção de integridade coorporativa… de atuar com responsabilidade social, ambiental, diversidade… ”, elucidou. Para Roberta, a integridade é mais ampla que o programa de compliance. “Compliance é uma ferramenta para que eu consiga a integridade corporativa”, concluiu.
Um dos temas centrais levantados pelo ministro da CGU girou em torno dos processos de mudanças da cultura interna nas instituições. Codignoto explicou que usa muito a expressão ‘compliance de pessoas para pessoas’. “Faz todo sentido que a gente consiga traduzir para a realidade de cada lugar”, pontuou.
A profissional também tratou das diferenças do setor público e privado, já que transita nas duas esferas e, embora distintas, têm aspectos semelhantes ou complementares. “É uma oportunidade muito rica essa troca, para que essas partes se conversem e extraiam o melhor dos dois programas de integridade – o público e o privado”, explicou.
E o ministro aprofundou o debate com a advogada: “Umas das maiores discussões que estamos tendo agora junto a Comissão de Ética é quando você tem dois papéis sancionadores, um de ética e um disciplinar, numa mesma estrutura, trazendo muitas das vezes discussões que são desnecessárias”, esclareceu.
Atuação na RGB
Durante o bate-papo virtual, Codignoto contou ainda sobre sua atuação na RGB. A advogada teve o primeiro contato com a entidade através do colega de profissão Leonardo Andreotti, que coordena o Comitê de Governança no Esporte. Os dois começaram a se conhecer melhor devido aos eventos que tinha finalidade de levar a integridade para o esporte.
Ela brincou que começou a perceber a paixão das pessoas pela temática do esporte quando visualizava os comentários na rede social Linkedin. “Ele tem esse dom de fazer as pessoas se apaixonarem, trazer debates acalorados. Por isso, que o compliance no esporte é importante, porque usamos uma ferramenta que é para cativar”, disse.
E finaliza: “as pessoas se sentem engajadas e entendem que o programa é para o bem do time”.
Da Assessoria de Imprensa RGB