Érika Siqueira
Pesquisa recente do Datafolha, sobre a atividade da advocacia, informa que “a maior parte da categoria atua nas áreas de família e sucessões (42%), trabalhista (38%), previdenciário (24%), consumidor (22%) e criminal (20%)”. Depois dessas, vieram: “empresarial (14%), contratos (13%), responsabilidade civil (13%), civil em geral (10%), tributário (10%), administrativo (9%), constitucional (7%) e imobiliário (7%).” A questão permitiu uma resposta com múltipla escolha.
A certeza dentre os respondentes dessa pesquisa, não importa a área, foi a de que, no início da advocacia, o profissional tem que fazer um pouco de tudo. “Senão você vai passar fome”, registrou a Folha de S. Paulo nas falas de um dos advogados entrevistados para a matéria. Infelizmente passa mesmo!
Atravessamos um pesadelo que nos parecia sem fim e sem horizontes, com a pandemia do novo coronavírus. Na Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), a Caixa de Assistência dos Advogados do DF (CAADF) fez doações de alimentos. Amparou quem mais precisava. Vimos cenas de solidariedade, mas muito doloridas, porque significaram que nem mesmo após todo o esforço para formar-se a pessoa teve um ganho certo, uma conquista que melhorasse as suas condições de vida.
A nossa principal saída, tanto no enfrentamento da pandemia quanto do desemprego, que já estava se assinalando bem antes e se agravou muito mais depois da crise sanitária, é conseguir reinventar a advocacia.
Os saberes passados nas faculdades de Direito não têm sido suficientes para formar profissionais capazes de lidar com um mundo em crescentes transformações. Um mundo que está caminhando para exponencial virtualização do Direito e que requer um advogado ou uma advogada capaz de ser gerente de sua vida e de seus negócios.
Desde os anos iniciais do ensino, no Brasil, os estudantes sofrem com currículos aquém de elevá-los à condição de gerir negócios, empreender com assertividade. Isso é um buraco! Um imenso vazio!
No papel de bem-servir, pela Ordem estamos tentando, com muita insistência, ocupar esse vazio na oferta de formações disruptivas. Isso dentro das Escolas de Advocacia (ESAs) ou por meio de webinários e seminários oferecidos pelas seccionais.
Agora mesmo, estamos organizando e realizaremos o IV Congresso de Gestão Jurídica da OAB/DF. Esse é um evento promovido pela Comissão de Gestão de Escritórios de Advocacia da OAB/DF neste mês, de 20 a 22 de setembro. É gratuito e será transmitido pelo Youtube da OAB/DF.
Abraçar oportunidades como esta é fundamental na caminhada do profissional. Não é preciso gastar rios de dinheiro, para ter acesso ao melhor aprendizado. Há possibilidade de aprender a empreender na carreira, montar seu escritório, organizar a sua comunicação.
O mercado é dinâmico e a advocacia, sobretudo agora com o novo provimento de publicidade aprovado pelo Conselho Federal e que acaba de entrar em vigor, tem frentes abertas. É preciso acessá-las! Vamos aprender! O fundamental é dar um basta à insegurança de como gerir a advocacia, capacitando-se e aprendendo com consultores e especialistas.
Assim, com essas palavras, convido para o IV Congresso de Gestão Jurídica da OAB/DF, que vai inovar muito, nesta edição. Os advogados precisam aperfeiçoarem-se sempre, agarrando todas as oportunidades que tiverem.
Érika Siqueira, presidente da Comissão de Gestão de Escritórios de Advocacia da OAB/DF