Premiado cineasta radicado em Brasília tem uma vasta produção de longas e curtas que serão exibidos a partir deste sábado, dia 20, às 19 horas
Por Letícia Valadares, da Editoria
O Expresso 61 inicia com o premiado cineasta Péterson Paim uma série de mostras de audiovisual em sua Sala de Cinema. Trata-se de um espaço virtual dentro do próprio ambiente do site, lincado com os canais de exibição dos próprios diretores, seja no Youtube, em seus sites ou em outras plataformas.
Péterson Paim escreve, produz e dirige filmes desde a adolescência, num ousado trabalho que vem angariando premiações desde sempre. Nesta Mostra Péterson Paim, o Expresso 61 irá exibir – além de direcionar para os canais do cineasta -, sua obra. São mais de 30 produções, entre longas e curtas metragens, de ficção e documentários, além de videoclipes e vídeos educativos sobre astronomia, química e outros temas didáticos.
Fases de um artista
A Mostra Péterson Paim, que segue até o dia 29 de março, está dividida em três das fases de produção do cineasta. A primeira é a “Fase VHS”, iniciada em 1999. “Esta fase foi uma coisa visceral e de descoberta, produzida em VHS, sem qualquer formação. Era uma coisa que eu sentia e trabalhava, ia fazendo”, relata ele.
Nesta Fase VHS está o primeiro filme longa-metragem, que foi, aliás, sua primeira realização. É o “Chupa Cabras”. Em seguida vem o “Game Over”, que é um filme de 1 minuto, formato que marcou muito sua produção e lhe rendeu também muitos prêmios. “Game Over’ já foi premiado no primeiro festival que eu participei. Depois veio o ‘Love Stone’, premiado também, na sequência. Esse início foi sempre sem nenhuma formação de cinema, tudo pelo feeling mesmo”, recorda Péterson.
A fase seguinte foi a “Mini-DV”, iniciada em 2004. Nela estão inclusos alguns curtas e o suspense “Além dos Olhos”, seu segundo longa e os vídeos da Amazônia também. “Está foi a época em que eu trabalhei na UnB (Universidade de Brasília) em um projeto que era para fazer documentários na Amazônia, sobre produtos extrativistas não madeireiro, financiado pela ITTO que é uma ONG internacional com sede no Japão. Foi um trabalho legal”, descreve.
A terceira fase é a “Digital”, inicialmente com o emprego da tecnologia DSLR. Ela começa a partir de 2011 com os curtas premiados “Alienados” e “Travestida para matar”. Aqui também está “Cidadão Brazza”, escolhido o melhor longa da Mostra Brasília pelo júri popular em 2013, no 52º do Cinema Festival de Brasília Brasileiro. E “Quixote – a lei do mais forte”, que foi finalista em festivais da Inglaterra e Los Angeles (EUA).
“Quixote”, enfatiza Péterson Paim, estreou uma fase tecnicamente um pouco acima do DSLR. “São equipamentos da marca Black Magic, por exemplo, que são superiores aos DSLR comuns. É uma fase digital mais avançada, com o equipamento mais melhorado”, explica.
“Nessa fase eu já estava com mais amadurecimento técnico. Depois da fase VHS, eu comecei fazer mais workshops de roteiro, fiz cursos até de edição de vídeo em São Paulo, cursos de efeitos especiais, de 3D também, fui aprimorando mais a questão da técnica, cursos intensivos. Aí já começou a ficar mais profissional a coisa. A partir de 2004 eu investi muito na minha formação técnica, Até que chegou essa Fase Digital e me preparei também tecnicamente para ela”, conta ele.
“Em 2011 eu entrei para Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo e comecei a participar mais dessas discussões acerca do cinema. Depois, em 2013, eu comecei o curso superior de Cinema. Após vários workshops e outras experiências foi legal o curso, tirei de letra, foi tranquilo de fazer e deu mais respaldo para mim, uma formação superior”, afirma. Em 2015 ele fez novos cursos em São Paulo, como de direção de fotografia, direção de arte
Confira a programação da Mostra Péterson Paim:
FASE VHS
Dia 20
– “Chupa-Cabras” (90’, 1999)
“Primeiro filme, feito na adolescência, em VHS, com amigos e familiares. Totalmente trash e sem qualquer estudo na área de cinema, apenas com embasamento empírico. A ilha de edição, linear, tinha um problema que escurecia parte das imagens, fazendo passar umas faixas verticalmente em alguns momentos”, observa Péterson.
– “Game Over” (1’, 2000)
Vencedor do 1º Festival do Minuto de Brasília, em 2000.
Dia 21
Filmes de 1 minuto:
– “100 tempo” (2000), “Cavalo de Tróia” (2001), “Vício” (2001), “Love Stone” (Vencedor do Troféu Guarnicê do Minuto em 2002) e o curta a “A Outra” (10’ 2000)
FASE MINI-DV
Dia 22
– “Panis et Amazonensis” (4’20’’, 2004), “Gente Boa” (1 minuto, 2004), “Os aventureiros dos buritis” (20’, doc, 2004), “Dona Dica Frazão – uma dica de arte” (15’, doc, 2004), “Passe aí o açaí’ (10’, doc, 2005), “O óleo de copaíba” (10’, doc, 2005), “Bula do Riso” (2005), “Bota-Fé” (programa de variedades, 2005)
Dia 23
– “O ciclo da borracha” (doc, 2006), “A história da borracha na Amazônia e a Química Orgânica” (40’, didático, 2006), “Prêmio ao Professor” (GDF, 2008), “Sódio Metálico – o metal que explode na água” (5’, didático, 2006), “Nos passos de Wickhan” (2007), “Água – Recurso não renovável” (3’, 2006), “Minha casa tá cheia de mim” (1’, 2008).
Dia 24
– “Além dos Olhos” (longa, suspense, 2008)
FASE DIGITAL
Dia 25
– “Alienados” (8’, 2011) – vencedor da 1ª Mostra de Cinema BO pelo júri popular e “Travestida para matar” (18’, 2012)
Dia 26
– “Cidadão Brazza” (longa, 2013) – melhor longa da Mostra Brasília pelo júri popular em 2013, no 52º do Cinema Festival de Brasília Brasileiro
Dia 27
Trabalhos de faculdade (curtas realizados como atividades durante o curso superior em Produção Audiovisual)
– “Enlatados” (1’, 2013), “Aula em Primeiro Cinema” (2014), “Dívida” (2014), “Quixote – a lei do mais forte” (2015, indicado a melhor roteiro na Inglaterra, no TMFF 2016, e semifinalista no Los Angeles Cine Fest 2017.
Dia 28
– Série Cosmonautas (2017) – 6 curtos episódios sobre astronomia, com abordagem descontraída.
Dia 29
– “Licantropo” (curta, 2019)
– Videoclipes do Pirata do Espaço: “Ordem e Progresso” (2018), “Os Monstros” (2018), “Fã Químico” (2019) e “Apocalipse Não Tá Só No Cinema” (2020).
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