Lêda Selma e Márcia Pelá em cena no Goiás Encanto & Prosa

Por Zezé Silva

O programa Goiás Encanto & Prosa desta terça-feira, 12 de abril, brinda o público com entrevistas com duas mulheres que se destacam na área que elegeram para atuar. Uma das convidadas, a escritora Lêda Selma, começou a escrever ainda na infância. A outra entrevistada, Márcia Pelá, presidente da organização não-governamental (ONG) Sociedade Cultura, Cidade e Arte, trabalha há duas décadas na disseminação do conhecimento e no resgate de pessoas que desenvolvem a arte e a cultura na invisibilidade.

O Goiás Encanto & Prosa se propõe a entrevistar e relatar a história de vida de pessoas anônimas ou consagradas que compõem a cena cultural em Goiás. Ele é produzido e apresentado pelos jornalistas João Negrão e Zezé Silva. É transmitido ao vivo, às terças-feiras, a partir das 20 h30, por meio do canal no Youtube e da página no Facebook.

“Baianiennse”

Lêda Selma

Lêda Selma é natural de Urandi, na Bahia. Ela brinca que “é baiana de raiz e goiana de floradas e frutos”. A literatura sempre esteve presenta na vida de Lêda Selma. Ela começou a escrever versos aos 5 anos. Na adolescência recebeu o convite do jornal Folha de Goyaz para publicar as redações que fazia na escola e eram elogiadas pelos professores. Logo em seguida, Lêda Selma passou a dedicar-se com intensidade à poesia. Anos depois, voltou a escrever crônicas aos domingos, desta vez no jornal Diário da Manhã.

Hoje, a escritora tem 17 livros publicados: 8 de poesias, 7 de contos e 2 de ensaios. Ela também organizou várias antologias e tem textos em diversas coletâneas. Além da arte de escrever, Lêda Selma desenvolveu projetos voltados à divulgação da poesia dos autores goianos em locais públicos.

Lêda Selma

Ela já organizou a postagem de poemas no muro do estacionamento da Academia Goiana de Letras, no painel eletrônico do Estádio Serra Dourada, em cartões postais, cartões telefônicos, em jogos de baralho e, também, nas paredes internas do Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

Neste ano, Lêda Selma está sendo homenageada pela Academia Goiana de Letras (AGL), entidade que presidiu por dois mandatos, no Ano Cultural Lêda Selma. No decorrer de 2022, a entidade vai promover encontros e reuniões para discutir a produção literária da escritora e mostrar a sua trajetória cultural, numa viagem memorial.

Descentralização do conhecimento

Márcia Pelá tem como proposta de vida a descentralização do conhecimento, a descoberta das pessoas que, de fato, fazem a história e produzem a arte. Há 20 anos ela integra a ONG Sociedade Cultura, Cidade e Arte. Paralelamente às atividades, Márcia Pelá investiu em sua formação educacional e profissional. Ela é licenciada em Geografia e Pedagogia e possui mestrado e doutorado em Geografa, na área de concentração natureza e produção do espaço.

Márcia Pelá

Entre os muitos projetos realizados pela ONG, destaca-se Cadê os Seres Humanos?, efetivado em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural Artístico Nacional (Iphan) com o objetivo de identificar e enaltecer os operários que participaram da construção do o conjunto urbano de Goiânia, composto por 22 edifícios e monumentos públicos, tombados em 2003.

A Sociedade Cultura Cidade e Arte também idealizou e desenvolveu em parceria com a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Goiás a mostra Multicultural Milton Santos, que se propôs a divulgar o conhecimento produzido pela universidade, estimulando a aproximação com a população.

Também merece destaque o estudo realizado em parceria com o Iphan, por ocasião do tombamento da cidade de Goiás, em 2001, para detectar e ressaltar os escravos que construíram, com as próprias mãos, as igrejas, palácios, monumentos públicos e demais edificações da antiga capital.

Mulheres em cena

Márcia Pelá

Neste ano, a Sociedade Cultura e Arte está desenvolvendo o projeto RevelArtes – Mulheres em Cena, voltado a revelar as mulheres que realizam trabalhos artísticos nas comunidades em que vivem e que, muitas vezes, não conseguem visibilidade nem espaços para a divulgação da manifestação cultural.

Este projeto resultou na realização das Webséries Mulheres em Cena, nas quais participaram, até o momento, a atriz Ludimyla Marques, que desenvolve o teatro do oprimido, em Aparecida de Goiânia; a ativista cultural Cleusa Nunes, agente cultural e ativista quilombola; Erika Santos, estilista, arte-educadora e afro-empreendedora e Luciana Caetano, a primeira bailarina negra de Goiânia e fundadora do Grupo Solo de Dança, entre outras.

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