O Seminário marca o encerramento da Ocupação dedicada a um dos maiores escritores da literatura brasileira e mundial. O público poderá se debruçar sob diversos aspectos da obra machadiana, em mesas de conversa com convidados como o também autor Jeferson Tenório, o fotógrafo e pesquisador Caio Rosa, a diretora de audiovisual Juh Almeida, o roteirista Joel Zito, a atriz e dramaturga Renata Tavares, e a pesquisadora Luciana Antonini Schoeps
Entre os dias 30 de janeiro e 4 de fevereiro (terça-feira a domingo) o Itaú Cultural realiza o Seminário Ocupação Machado de Assis, composto por 13 mesas de conversa com diversos pesquisadores, especialistas e artistas que dialogam com a obra machadiana. A programação ainda conta com o espetáculo Nem todo filho vinga, da companhia carioca Cria da Maré, e duas leituras dramáticas. A primeira delas é de trechos do capítulo Formalidade, de Memórias Póstumas de Brás Cubas, com a atriz Carlota Joaquina, e a segunda do conto Mariana, com a atriz Aysha Nascimento. Toda a programação conta com interpretação em Libras.
As mesas de conversa acontecem presencialmente, no sétimo andar da organização, com transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo canal do Youtube do IC – www.youtube.com/itaucultural . No dia 30, às 10h, a programação começa com a mesa Eterno contemporâneo: Ocupação Machado de Assis. Nela, a equipe do Itaú Cultural e os consultores da mostra – os professores e pesquisadores Hélio Seixas Guimarães, Henrique Marques Samyn e Luciana Antonini Schoeps – apresentam os desafios da Ocupação Machado de Assis, levantando o que um autor tão canônico ainda tem a revelar ao público e quais são as novas facetas dele que podem ser ainda desveladas pela exposição – em cartaz no piso térreo até o dia 4 de fevereiro.
Na sequência, às 15h, Representações: quantas imagens de Machado cabem na história? reflete a busca de uma iconografia que enfatize a negritude do autor, debatendo como pensar criticamente as representações do carioca.
No dia seguinte, 31, também com início às 10h, Machado de Assis: Adaptações e outras poéticas aborda como é transpor os escritos do autor para outros suportes e linguagens. Às 15h, Recursos gráficos e tipográficos: Coleção Todos os livros de Machado de Assis trata dos recursos gráficos e tipográficos utilizados na coleção Todos os livros de Machado de Assis, que dialoga com as primeiras edições do escritor e a história da tipografia.
Encerrando este dia de programação, O traço e o ritmo: Coleção Todos os livros de Machado de Assis levanta as novas possibilidades de leitura da obra machadiana propostas pela coleção Todos os livros de Machado de Assis.
O dia 1 de fevereiro é aberto com Machado além da prova: juventudes e suas diferentes leituras, na qual se desenvolverá o que a obra de um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras ainda tem para dizer às novas gerações, mostrando como os jovens atualizam esse legado.
Às 15h, Machado de Assis para além de Capitu: representações do feminino em sua obra traz para o centro da conversa outras personagens femininas criadas por ele, para além de Capitu, como Flora, Mariana, Lívia, Marocas, Guiomar, Estela, Genoveva e Helena. Essa mesa pretende revisitar o papel da mulher na obra machadiana e lançar um novo olhar à galeria de personagens a partir das atuais teorias feministas.
Em Machado de Assis e sua(s) história(s): pesquisa documental e construção de sua imagem, às 17h, são abordados o que novos recursos e fontes de pesquisa têm revelado sobre as diferentes facetas do autor.
No dia 1, às 20h, a programação é encerrada com a peça Nem todo filho vinga, da Cria da Maré, companhia teatral conterrânea de Machado. A dramaturgia, inspirada no conto Pai contra Mãe, gira em torno do personagem Maicon, um jovem negro da Favela da Maré, que, após ingressar na Faculdade de Direito, passa a confrontar os ideais de justiça do Estado diante dos inúmeros eventos de injustiça que ele e seu grupo de amigos vivem diariamente. Ao longo do seu ano letivo, Maicon sente na pele como as políticas de precarização abalam todas as esferas de sua vida, chegando ao ponto de colocá-lo contra seu melhor amigo.
A diretora da peça, Renata Tavares, foi a primeira diretora negra a vencer o Prêmio Shell de Teatro, na categoria Melhor Direção. A montagem traz uma perspectiva coletiva que reflete sobre a frase “nem todo filho vinga”, revelando seu impacto na vida dos jovens favelados. O espetáculo será apresentado de quinta-feira a sábado, às 20h, e domingo às 19h.
No dia 2, às 10h, somente online, no Youtube do IC, acontece a mesa Machado de Assis do Cosme Velho ao global: como o mundo recepciona a obra do bruxo? sobre traduções, edições e circulação internacional do autor. Às 15h, Recepção: Machado de Assis perante a crítica negra contemporânea versa sobre a descoberta da documentação que revela a atuação profissional de Machado em favor dos escravizados e a releitura de sua produção literária a partir de novas perspectivas, que ensejou uma reavaliação de seu lugar na literatura negra. Encerra o ciclo de debates do seminário, às 17h, Influências machadianas: Leitores que escrevem, analisando o perene impacto da produção machadiana na literatura brasileira e questionando como escritoras e escritores contemporâneos dialogam com a obra do homenageado.
No fim de semana, sábado, 3, às 19h, acontece no piso térreo a leitura dramática de trechos do capítulo Formalidade, de Memórias Póstumas de Brás Cubas. A interpretação é da atriz Carlota Joaquina, acompanhada em cena pela musicista Stefani Rosário. No domingo, 4, a atriz Aysha Nascimento dá vida ao texto Mariana, acompanhada musicalmente por Giovani Di Ganzá. Mariana é uma mulher machadiana que vive um luto precoce pela morte de seu marido Xavier e que não pôde viver um grande amor com Evaristo, seu antigo amante, que acredita poder reconquistá-la após 18 anos de ausência.
Da Assessoria