Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros reúne mais de 50 mestres das culturas populares e tradicionais do Brasil 

Nomes como Martinha do Coco, GOG e Boi do Seu Teodoro estão na programação, que vai de 13 a 17 de dezembro, com entrada gratuita

De 13 a 17 de dezembro, a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge apresenta o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros – Edição Especial Educação Que Transforma, na Vila de São Jorge, porta de entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Goiás). Esta é a primeira vez que o evento, que completou 23 anos em 2023, realiza duas edições em um mesmo ano. A programação conta com uma Conferência Temática das Culturas Populares e Tradicionais que vai reunir mais de 50 mestres de cultura popular de todo o Brasil. Ainda acontecerão rodas de prosa, palestras, oficinas, shows, exposições, Fórum de Turismo e Cultura e a Feira de Experiências Sustentáveis do Cerrado. Entre as atrações musicais estão o rapper Gog (DF), o grupo Tambores do Tocantins (TO) e Martinha do Coco (PE). 

O Encontro de Culturas faz parte do calendário cultural anual do Estado de Goiás e beneficia o público regional, nacional e internacional. Em 23 anos de história, o Encontro já reuniu 575 atrações culturais, mais de 196 oficinas e cerca de 200 rodas de prosa. Uma média de 460 mil pessoas já participaram das atividades, fortalecendo também a região da Chapada dos Veadeiros. 

Esta segunda etapa conta com a co-realização da Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás, por meio da Secretaria de Turismo do Município, da UFG (Universidade Federal de Goiás), do Ministério da Cultura/Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural e do Governo Federal; parceria da ASJOR (Associação dos Moradores da Vila de São Jorge); apresentação do Fundo de Arte e Cultura de Goiás e da Secult Goiás, por meio de projetos contemplados pelo edital de fomento aos Festivais e Eventos e pelo edital de fomento ao Artesanato do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás 2023; e apoio da Goiás Turismo e do Governo de Goiás.

“A criação de um Programa Nacional voltado às culturas populares é a principal pauta do Encontro das Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. Será um diálogo e um compromisso institucional para a valorização e preservação das culturas populares e tradicionais, da nossa diversidade cultural, favorecendo o fomento à formação, pesquisa, documentação, difusão e promoção destas manifestações culturais que desenham o Brasil e nossas identidades”, comenta a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg.

Conferência temática das culturas populares e tradicionais

Entre os destaques desta edição fora de época está a participação de mais de 50 mestres da cultura popular de todo Brasil para uma Conferência Temática das Culturas Populares e Tradicionais, nos dias 15 e 16 de dezembro, realizada em parceria com o Ministério da Cultura/Secretaria de Cidadania e Diversidade, Diretoria de Culturas Populares. Entre os confirmados estão os mestres e mestras Laurene Ataide (PA), do Cordões de Pássaro Colibri; Grimário (PE), do Cavalo Marinho Boi Pintado; Rosildo (BA), da Chegança dos Marujos Fragata Brasileira; Manoel Salustiano (PE), do Maracatu Rural Piaba de Ouro; Fabiano Santos (PE), do Afoxé Alafin Oyó; Ribinha (MA), do Boi de Maracanã; Makota Cassia Manzo (MG); Jorge Antônio (MG), do Batuque e Cantiga dos Arturos; Zé do Boi (SC), do Boi de Mamão; Zulene Galdino (CE); Maciel Salu (PE); Volmi Batista (DF); Martinha do Coco (PE); Chico Simões (DF); Zé Nilo, da Caçada da Rainha de Colinas do Sul (GO); Adelídio Ferreira (GO); Márcio Belo (TO); do Tambores do Tocantins; e Doroty Marques (GO); Maria Jane, cigana da etnia Calon (PB); José Izidro (RN), do Boi de Reis; Isaac Loureiro, do grupo de carimbó Os Quentes da Madrugada (PA). 

“Esta edição especial do Encontro de Culturas chega em um momento oportuno para articulação de políticas públicas culturais para as culturas populares e tradicionais do Brasil. Com o Encontro, nossa região da Chapada dos Veadeiros é um lugar estratégico para as discussões sobre as culturas populares e tradicionais e o desenvolvimento econômico, simbólico e social do País. Este momento histórico é construído pelas comunidades e seus representantes, que preservam e fortalecem, principalmente nos interiores, os saberes e fazeres tradicionais da ancestralidade brasileira e, mesmo com tantas dificuldades financeiras e de acesso, são as referências do Brasil”, avalia Juliano George Basso, presidente da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge.

Neste Encontro, pretende-se iniciar a discussão sobre a criação de um Comitê Nacional para escutas, debates, reflexões e a elaboração de um programa nacional para as culturas populares e tradicionais. A conferência marca a retomada destes importantes espaços de consulta e escuta ativa e sensível para a construção de políticas públicas culturais de atenção às artes, culturas e territórios. 

Diretor de Promoção das Culturas Populares da SCDC, Tião Soares, ressalta a importância da iniciativa. “O Encontro reúne representantes de diferentes manifestações e expressões culturais, possibilitando um espaço de troca de experiências e saberes entre mestres e mestras de todo o Brasil”, afirma. E completa: “Essa diversidade cultural é um dos pilares do Programa Nacional, que deve abranger as várias demonstrações culturais do país, além da valorização dos grupos, coletivos e territórios culturais. O reconhecimento das culturas populares e tradicionais do processo social e histórico desse segmento busca dar visibilidade aos trabalhos desses guardiões e guardiãs dos saberes tradicionais, bem como garantir condições dignas de trabalho e reconhecimento de sua contribuição para a sociedade”, conclui.

Shows

Para aproximar o público das manifestações do Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, cerne do Encontro, sensibilizando sobre a identidade cultural e a importância da manutenção das culturas populares, a programação musical foi pensada referenciando ritmos que são reconhecidos como patrimônios culturais imateriais pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

No dia 13, o Palco do Encontro recebe os shows de Poliana Moraes (GO), Volmi Batista – Show Batuques e Calangos (DF) e Goiana e Mineirinha (GO). Dia 14, é a vez das apresentações musicais da Opereta Popular “Era Uma Vez”, com Doroty Marques e Turma Que Faz (GO) e do grupo Tambores do Tocantins (TO). No dia 15, a programação tem shows de Marinho (GO), GOG (DF) e Orquestra Marafreboi (DF). Dia 16 é a vez do Boi do Seu Teodoro (DF), Tambor de Crioula do Seu Teodoro (DF) e das Sambadeiras de Roda (DF). No último dia, o Palco do Encontro recebe a música de Jongo Iracema (GO), Trio Buritis (GO) e Martinha do Coco (DF). 

Oficinas

Estão na programação oficinas gratuitas de música com o grupo Penã Folclórica, da Turma Que Faz; de tecido acrobático com Poliana Moraes; rimas de improviso com o rapper GOG; danças populares com Letícia Coralina; rádio comunitária com o grupo brasiliense Jovem de Expressão; cultura popular brasileira com Maciel Salu; bambolê com Luana Bezerra; e mamulengo com Chico Simões.

Essa é uma ação aberta, mas se volta principalmente para os jovens da comunidade de São Jorge e região da Chapada dos Veadeiros, a fim de que acessem os conhecimentos dos oficineiros e façam intercâmbios de saberes e fazeres com pessoas de outras localidades. 

Rodas de prosa

Nesta segunda parte do nosso Encontro, de 13 a 17 de dezembro, teremos uma programação com mais de 10 rodas de prosa para discutirmos políticas públicas culturais e temas ligados à arte, cultura, educação e turismo, com foco no tema desta edição especial “Educação Que Transforma”. Convidados especiais facilitarão as discussões e serão divulgados em breve. Entre os temas estão: o papel das políticas públicas na preservação do patrimônio; turismo cultural e de base comunitária na região da Chapada dos Veadeiros; desenvolvimento sustentável de povos indígenas e comunidades tradicionais por meio do turismo, arte e cultura; políticas públicas culturais em consonância com o desenvolvimento turístico das cidades e patrimônios culturais imateriais de Goiás e do Brasil.

Feira de Experiências Sustentáveis do Cerrado

Esta segunda parte do XXIII Encontro de Culturas realizará mais uma edição da Feira de Experiências Sustentáveis do Cerrado, que contará com 20 expositores do nordeste goiano, região que já foi considerada a mais vulnerável de todo Estado e que hoje possui uma potente produção artesanal. Trabalhos em palha, jóias e semijoias, itens de vestuário e decoração, produtos da sociobiodiversidade, obras sacras e criativas. 

Para estes expositores também haverá uma programação especial com as rodas de prosa “Cultura e Artesanato do Nordeste Goiano” e “Artesanato de tradição: desafios e demandas”. Também serão realizadas oficinas ministradas pelo Coordenador da Rede Multiétnica Léo Porto sobre “Marketing Digital” e “Comercialização e gestão do artesanato”. 

O Encontro de Culturas e a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge

Em 23 anos de história, o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, realizado pela Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, já trouxe à Vila de São Jorge mais de 575 atrações culturais, mais de 196 oficinas e cerca de 200 rodas de prosa. Uma média de 460 mil pessoas já participaram das atividades, fortalecendo também a região da Chapada dos Veadeiros. 

Desta forma, o Encontro se mantém como referência no debate das culturas populares e tradicionais do Brasil, proporcionando o diálogo entre mestres e mestras, representantes do poder público e privado e organizações sociais de todo o território nacional a fim de promover e identificar políticas públicas culturais e políticas transversais que favorecem grupos e comunidades tradicionais em saúde, educação, preservação e memória, inovação e qualificação profissional. É um ambiente de encontros favorável à escuta ativa das necessidades das comunidades tradicionais, aproximando os gestores públicos das mesmas e elas das políticas públicas existentes. 

É missão do Encontro promover a sociobioversidade; a política do Patrimônio Imaterial instituída no Decreto nº 3.551/2000; as políticas educacionais das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que tornam obrigatório o ensino da história e cultura afrobrasileira e indígena no currículo escolar com ênfase nas disciplinas de História, Arte e Literatura; a política nacional sustentável para povos e comunidades tradicionais; e a Lei nº 13.018/2014, que institui a Política Nacional de Cultura Viva.

Da Assessoria

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