Escola IC lança Trilha formativa da equidade racial

O curso, com duração total de quatro horas, tem entre seus objetivos conhecer, compreender e assimilar os conceitos fundamentais que definem o racismo e a luta antirracista no Brasil, situando historicamente as mudanças institucionais demandadas pelos diversos movimentos negros do país

No dia 7 de novembro (terça-feira), o Itaú Cultural disponibiliza um novo curso autoformativo na Escola IC. Trilha formativa da equidade racial foi elaborado em sinergia com os conteúdos da plataforma Ancestralidades, que, por sua vez, é realizada em parceria com o núcleo Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Afro Cebrap). Os interessados podem acessá-lo em https://escola.itaucultural.org.br/. A formação é previamente gravada e fica disponível para acesso por tempo indeterminado. Por ser autoformativo, não é necessário fazer inscrições previas.

A formação é constituída por cinco aulas, com diferentes professores. Flávia Rios, que é socióloga no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense e compõe o Afro Cebrap, abre a primeira aula desenvolvendo os conceitos de desigualdade e igualdade, preconceito, discriminação, violência e injúria racial, justiça social e equidade.

A segunda aula, com Matheus Gato, professor do departamento de sociologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explora o conceito de raça, seus desdobramentos históricos e os componentes do racismo. Paulo César Ramos, coordenador de projetos do Afro Cebrap e pesquisador do Núcleo de Justiça Racial e Direito, da Fundação Getúlio Vargas, fala com os alunos sobre como a expressão e a identidade negra mudaram ao longo do tempo no país, em especial com a redemocratização do Brasil e com as denúncias de violência racial por parte dos movimentos negros.

Em nova aula, Flávia Rios tem como ponto de partida o racismo e seus efeitos na subjetividade. Para tanto, explicita o que e a interseccionalidade e como esse conceito aplicado ao desenho políticas públicas é importante para promoção da igualdade racial. Luiz Augusto Campos, professor de sociologia e ciência política, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, fecha o curso apresentando um panorama dos anos 1980 até hoje explorando as desigualdades raciais presentes no sistema eleitoral brasileiro. Também olha para a questão da representatividade e aponta possíveis caminhos para a luta antirracista.

Sobre a plataforma Ancestralidades

A proposta da plataforma Ancestralidades – https://ancestralidades.org.br/ – é difundir, gerar intercâmbios e potencializar diversos conteúdos sobre a história e cultura da população negra no Brasil. Ela é composta por quatro eixos temáticos – Arte e Cultura, Democracia e Direitos Humanos, Ciência e Tecnologia e Espiritualidades.  Com a proposta de formar e criar repertórios sobre o assunto, apresenta biografias e trajetórias de personalidades negras e suas histórias, listagem dos marcos históricos desde o início do século XVI e conceitos sobre a questão racial no brasil, como ação afirmativa, colorismo e racismo, bem como sobre expressões ligadas às espiritualidades de matriz africana.

Sobre os professores

Flávia Rios

Socióloga, professora e pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF). Dirige o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da UFF e compõe o Núcleo Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Afro Cebrap). É coautora do livro Lélia Gonzalez (2010) e coorganizadora de Negros nas cidades brasileiras (2018), Por um feminismo afro-latino-americano (2020), Raça e Estado (2022) e Dicionário das relações étnico-raciais contemporâneas (2023).

Luiz Augusto Campos

Professor de sociologia e ciência política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj) e coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa) da instituição. É também editor-chefe da revista Dados e representante das humanidades no conselho consultivo da Scientific Electronic Library Online (SciELO). Assina a autoria ou coautoria de diversos artigos e livros sobre raça e política, como Raça e eleições no Brasil (2020) e Ação afirmativa: conceito, história e debates (2018). 

Paulo César Ramos

Bacharel e mestre em sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), foi pesquisador de pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. É coordenador de projetos do Núcleo Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Afro Cebrap), pesquisador do Núcleo de Justiça Racial e Direito, da Fundação Getulio Vargas (NJRD/FGV), e coordenador do projeto Reconexão Periferias, da Fundação Perseu Abramo.

Matheus Gato 

Professor do departamento de sociologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é mestre e doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Foi pesquisador visitante no Centro Hutchins de Estudos Africanos e Afro-Americanos das universidades de Harvard e Princeton, nos Estados Unidos. Seus temas de investigação são: relações raciais, sociologia política e da cultura, pensamento social brasileiro, sociologia histórica, sociologia dos intelectuais, sociologia da literatura, sociologia dos regionalismos e sociologia dos processos de racialização nos espaços urbanos.

Da Assessoria

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *